Olsen cresce na pandemia

Nos últimos três anos, a indústria de equipamentos odontológicos triplicou as vendas de cadeiras odontológicas personalizadas

Fundada em Santa Catarina há 43 anos pelo jovem empreendedor Cesar Olsen, a Olsen - indústria de equipamentos odontológicos, nasceu do sonho de criar produtos para dentistas com qualidade superior aos que eram comercializados na época. Experiência para dar este passo ele tinha de sobra, já que inventar máquinas era uma habilidade explorada desde os nove anos de idade, quando construiu sozinho seu primeiro radiotransmissor. 

De lá para cá foi estudando e desenvolvendo suas aptidões. O diploma de torneiro mecânico e o curso em assistência técnica para equipamentos odontológicos o ajudaram a criar seus próprios equipamentos. A ousadia o fez investir na fábrica, que hoje conta com cerca de 350 funcionários e possui treze filiais em onze estados brasileiros: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de três em São Paulo (capital, Ribeirão Preto e Osasco).

Elisa Freitas Olsen, que é vice-presidente da empresa e filha de César, conta que após 40 anos de intenso trabalho, a pandemia do novo coronavírus fez com que muitas mudanças precisassem ser feitas na empresa. E essas alterações resultaram em inovação. Ela afirma que a primeira transformação foi cultural. “Foi necessário mudar o modo de pensar e só percebemos isso durante o lockdown. Então viramos a chave e isso possibilitou subir o nosso nível de amadurecimento industrial”, revela. 

A executiva lembra que nos primeiros quatro meses da pandemia, a indústria trabalhou de forma bem enxuta e depois voltou a crescer, sem descuidar de nenhum processo durante o crescimento. O sistema de produção se desenvolveu, transformando a Olsen em uma indústria com Inteligência 4.0. A aquisição de máquinas de corte à laser com tecnologia, ajudou no crescimento e volume da produção, viabilizando a compra de três robôs. 

Antes da covid-19 aparecer, a empresa produzia aproximadamente 350 cadeiras odontológicas por mês e hoje comercializa mais de mil equipamentos mensais, exportando para mais de 100 países. Elisa diz que o diferencial dos produtos Olsen é oferecer equipamentos altamente tecnológicos, sem que deixem de ser artesanais. “Não produzimos em massa. Aqui cada cadeira é única, porque é feita de acordo com a necessidade de cada cliente”, completa.

Além das cadeiras personalizadas e exclusivas, a indústria fabrica equipamentos para médicos e veterinários. Ela também está entrando para um novo segmento, como revelou Elisa. Sem esclarecer o que vem por aí, a vice-presidente confidencia que só exporá esta novidade na ocasião do seu lançamento, no 39° CIOSP (Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo), marcado para o final de junho.

“Temos trabalhado muito para estar entre os 10 melhores do mundo, com a missão de oferecer soluções cada vez mais completas para os nossos clientes. Também detemos de todas as certificações, inclusive internacionais. Ainda assim, percorremos um caminho cheio de desafios, como a falta de apoio do governo para os empresários”, finaliza Elisa.

Mesmo com a falta de estímulo governamental, a Olsen não para de crescer. Um novo capítulo está sendo escrito na história da empresa, com o início da produção de equipamentos nos Estados Unidos. “Nossa meta é estar entre os 10 melhores do mundo e temos trabalhado intensamente para isso”, finaliza.

Elisa Freitas Olsen
Elisa Freitas Olsen
Vice-presidente da Olsen

“Foi necessário mudar o modo de pensar e só percebemos isso durante o lockdown. Então viramos a chave e isso possibilitou subir o nosso nível de amadurecimento industrial”

Fábrica Olsen

Fábrica Olsen