A Lifemed começou sua história em 1978 quando oito cirurgiões cardíacos fundaram a empresa e com o objetivo de produzir no Brasil válvulas cardíacas artificiais. Em seguida, a Lifemed foi responsável pelo desenvolvimento e fabricação da primeira Bomba de Infusão nacional. Hoje, com mais de 40 anos de mercado e capital 100% nacional, desenvolve produtos, dispositivos e equipamentos médicos e hospitalares para o setor de saúde e está presente em mais de 2 mil hospitais brasileiros, públicos e privados.
Sua trajetória é marcada por iniciativas criativas e inovadoras, investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimentos e alianças estratégicas para atingir o competitivo mercado internacional. O resultado desses anos todos de trabalho é um avançado parque industrial em Pelotas (RS), além da matriz comercial na cidade de São Paulo e unidades comerciais e de pós venda que atendem todo o território nacional.
Nesse caminho de conquistas, novos produtos e tecnologias foram desenvolvidos, além de aquisições de empresas, parcerias, inúmeras certificações e premiações dos setores industrial e hospitalar. Direcionada para o futuro, a Lifemed está preparada para o novo cenário hospitalar, no Brasil e no mundo, com produtos e soluções de alta tecnologia e qualidade voltados sobretudo para o ambiente de Terapia Intensiva e Centros-Cirúrgicos, inovando constantemente para atender às exigências de um mercado que está em constante aprimoramento.
Inovação e agilidade na pandemia
Com o registro dos primeiros casos de Covid-19 no país, as indústrias do setor de saúde foram surpreendidas com as medidas de isolamento social e tiveram quase nenhum tempo para se adaptar a essa nova realidade. “Ninguém, naquele momento, tinha ideia do impacto que a pandemia poderia causar. Era uma situação inédita não só no Brasil, mas em todo o mundo”, recorda o gerente de P&D da Lifemed, Leonardo Reichow.
Ele conta que, num primeiro momento, foram chamados para cooperar com o Ministério da Saúde no fornecimento de equipamentos para novas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Somos capazes de equipar completamente esses leitos e isso fez com que trabalhássemos de forma ininterrupta para atender toda a necessidade do sistema de saúde”, explica.
Segundo Reichow, quando a China deixou de exportar seus produtos e componentes e com a crescente procura por respiradores no Brasil e em outros países, a Lifemed começou a buscar soluções, já que a falta de insumos e deste tipo de equipamento era questão de tempo. “Adquirimos a tecnologia nacional de um ventilador pulmonar mecânico e desenvolvemos o produto com insumos fabricados no Brasil e adaptamos o projeto para atender o perfil de pacientes infectados com Covid-19. O produto foi submetido à avaliação de importantes centros de pesquisas que comprovaram sua perfeita adequação ao perfil de paciente alvo do projeto. O equipamento caracteriza-se também por não depender de nenhum componente importado e ser adequado ao uso em ambientes de ressonância magnética, além de não depender de nenhuma fonte de energia elétrica”, revela.
O desenvolvimento do projeto levou três meses e contou com a parceria voluntária de importante indústria de eletrodomésticos e bens de consumo. Em fase final de testes, o ventilador mecânico pneumático já tem registro na ANVISA e entrará em breve no mercado. O gerente de P&D da Lifemed destaca que, por não precisar de eletricidade, o equipamento pode ser utilizado em regiões de difícil acesso, em locais com pouca infraestrutura, além de zonas de catástrofes e de guerras.
Apesar de não precisar de uma tomada para entrar em operação, o produto da Lifemed disponibiliza toda sua tecnologia para o usuário. O painel frontal conta com o QR Code que permite acesso ao portal da empresa referente ao equipamento com manual, instruções, orientações e informações técnicas. “Disponibilizamos, ainda, videoaulas com fisioterapeutas que demonstra todas as funções do equipamento. E se restarem dúvidas, temos especialistas para esclarecer qualquer dúvida. tudo pelo celular”, completa Reichow.
Os caminhos que a pandemia mostrou
O gerente da Lifemed destaca três pontos importantes neste período. O primeiro deles foi fazer frente a uma demanda fora de qualquer previsão, mantendo o fornecimento, já que as indústrias do setor de saúde são classificadas como essenciais. O segundo foi criar protocolos para garantir a segurança de seus colaboradores e que, ao mesmo tempo fossem aceitos pelos órgãos de vigilância sanitária.
O terceiro foi em relação à dependência de componentes e insumos importados da Ásia, que mostrou o quanto a indústria, de todos os setores, estava submetida a esse mercado. “Esse episódio fez a empresa repensar os investimentos, intensificando esforços no desenvolvimento de novas tecnologias para ter mais autonomia de produção, sem depender tanto dos importados. Isto é especialmente relevante para as indústrias do setor de saúde, pelo seu caráter absolutamente estratégico para o país”, diz.
Sobre o cenário futuro, Reichow acredita que o mercado ficará mais restrito no próximo ano, se acomodando ao novo panorama, já que as demandas geradas serão bem menores, se comparadas a 2020. “Por outro lado, preferimos olhar com otimismo, pois existem oportunidades que podem ser exploradas por quem tiver tecnologia e produtos, sem falar na possível segunda onda de COVID-19 que já apresenta sinais preocupantes no Brasil e tem consequências graves na Europa e EUA.”
Segundo o gerente, em 2021, haverá acirramento da concorrência junto aos fabricantes internacionais instalados no país. “De um lado, a indústria deve elevar o patamar tecnológico e o portfólio de produtos. De outro, as políticas públicas devem contemplar fomento à inovação, crédito e incentivos para que a indústrias nacionais possam competir igualmente com as internacionais”, finaliza.