Atuante em uma área de grande complexidade e detentora de alta tecnologia, a First Line Medical Device produz dispositivos minimamente invasivos para tratar aneurismas cerebrais e vasculares e aneurismas hemorrágicos e isquêmicos. Já existem produtos americanos e europeus deste tipo, mas a First é a única fábrica do segmento na América Latina – e são só cinco dessas no mundo.
A empresa 100% brasileira sediada em Jundiaí/SP desenvolve e manufatura produtos para as áreas médica, cirúrgica e hospitalar. Produz molas para embolização de aneurismas cerebrais, mas também atua nos mercados neurovascular, cardiovascular, periférico vascular, urológico, ginecológico e ortopédico.
Paulo Rapuano, vice-presidente da First Line, adianta o lançamento, em 2022, de um stent de trombectomia mecânica, com mínimas sequelas. Será o único do tipo no país, proporcionando mais segurança para o paciente ser atendido. Com esse novo produto, o empresário quer ajudar o Brasil, pois tratamento para AVC é o principal gasto do Ministério da Saúde, em torno de cinco a seis milhões de reais ao longo da vida, por pessoa (paciente grave). Do projeto de stent de trombectomia mecânica, 80% estão com documentação em fase de finalização e falta o aval da ANVISA.
“Se o tratamento for de forma eficaz e com produto bom, há uma melhoria na qualidade de vida absurda”, destaca ele. Com a pandemia, a empresa não aderiu a programas governamentais. “Estamos abertos por milagre”, diz Rapuano.
“Tem sido muito difícil, o mercado se retraiu. As cirurgias eletivas foram canceladas, o faturamento diminuiu mais de 90%. O mercado tende a reaquecer e vamos ver como se dará esse movimento. Algumas das cirurgias eletivas viraram emergenciais. Pode ter um aumento, não uma sobrecarga”.
Ele aponta a ajuda do governo – tanto financeira quanto de registro – como fundamental para alavancar a capacidade de produção das indústrias brasileiras. “Somos o termômetro do Brasil. Por causa da gente existe um atendimento no SUS. Se saímos, o produto sobe e as empresas não vão querer trabalhar com o público. Se tivermos ajuda, sobreviveremos; se não, ficamos à mercê do mercado”, pontua o vice-presidente da First Line.