A Fanem tem uma longa história de sucesso no Brasil. Fundada em 1924 por Arthur Schmidt que, juntamente com seu filho Walter Schmidt, incorporou técnicas e metodologias inovadoras e tornou-se pioneira na fabricação de dispositivos médicos. O resultado foi a conquista da liderança de mercado no setor de neonatologia pela multinacional brasileira, onde ela começou a atuar em 1954, com o lançamento da primeira incubadora neonatal fabricada no país.
Referência no segmento, a empresa foi pioneira no lançamento da primeira fototerapia microprocessada do mundo, e uma das primeiras fabricantes de híbrida neonatal, equipamento que possui funções de incubadora e unidade de calor irradiante, entre outras.
Rumo à expansão no mercado internacional, em 2010 tornou-se a primeira brasileira do setor a abrir uma unidade fabril na Índia. Várias vezes premiada por sua atuação como exportadora, comercializa hoje para mais de 135 países.
Atualmente, a Fanem conta com cerca de 300 funcionários, duas unidades fabris - em Guarulhos (SP) e em Bangalore (Índia) - um escritório na Jordânia (Amã) além de treinar mais de 6.000 profissionais por ano nos mercados onde está presente com seus produtos.
Pandemia de desafios
A chegada do coronavírus, e com ele uma nova abordagem médica e dos governos para o atendimento do crescente número de casos no país, fez com que muitas indústrias do setor criassem soluções para atender as demandas geradas pela pandemia, aprimorando seus produtos, independentemente do segmento de atuação. Foi esse trabalho que a Fanem desenvolveu, não só para suprir as necessidades pontuais, mas antecipando possíveis necessidades futuras.
Segundo Rubens Massaro, superintendente comercial da Fanem, a linha de aspiradores cirúrgicos, permitiu que a empresa atuasse munindo de mais recursos tecnológicos os hospitais de campanha e auxiliasse na linha de frente no combate ao Covid-19. “Nossos produtos passaram por melhorias para podermos mitigar a falta de componentes e os crescentes custos de insumos de produção, para podermos chegar a um custo competitivo. Como resultado, nos primeiros seis meses de pandemia, produzimos cerca de 400 desses equipamentos que atenderam, principalmente, os hospitais de campanha em todo o país, incluindo o treinamento das equipes”, relembra.
Outra inovação dentro desse cenário foi a adaptação das cúpulas de incubadoras para que os profissionais de saúde pudessem realizar intubações sem risco de contaminação. “Foi um período de muitos desafios. Optamos por deslocar alguns investimentos e começamos a desenvolver estratégias de inovação, investindo em nossas linhas atuais de produtos, sem deixar de focar na garantia da nossa qualidade”, completa.
Desafios e próximos passos
Com o avanço da pandemia pelo mundo, a corrida por equipamentos, materiais e insumos ficou acirrada entre as empresas e até entre países, causando, inclusive, períodos longos de desabastecimento e com recorrência. “No desafio para atender seus clientes nos vários mercados em que a Fanem atua, estamos enfrentando situações muito desafiadoras e já há bastante tempo, seja com a falta de componentes e pelas variações importantes de preços geradas pelo aumento da demanda mundial, mas também pelas grandes dificuldades de logística, potencializadas pela própria pandemia, afetando tanto importações quanto as exportações.
Agora, com o andamento da vacinação no Brasil, a Fanem está atendendo outra demanda interna: a das câmaras frias, necessárias para armazenamento e conservação das vacinas.
Uma das etapas mais cruciais do processo que envolve a campanha de vacinação contra a Covid-19 é o armazenamento/conservação desses valorosos insumos, em condições adequadas de temperatura.
Por isso, unidades de saúde, postos de vacinação e centros de distribuição em todo o Brasil estão utilizando as câmaras de conservação fabricadas pela empresa e, também, os sensores de monitoramento de temperatura da Sensorweb, startup catarinense que desenvolve soluções em internet das coisas (IoT) para o mercado de saúde, responsável pela unidade de conectividade da Fanem, para ajudar a garantir esse controle.
“É com muito orgulho que temos acompanhado os noticiários e visto que nossos equipamentos sendo utilizados nessa complexa força tarefa, em diversas cidades de todo o Brasil, garantindo a eficiência e a confiabilidade e, com isso, aumentando as chances de efetividade dessa tão aguardada campanha de vacinação”, comenta Rubens Massaro.
Sobre os caminhos da indústria, o executivo aponta a responsabilidade do governo para incentivar a indústria nacional, assim como ocorre em todos os demais países que possuem parque industrial próprio.
“O setor de dispositivos médicos, incluindo a Fanem, respondeu prontamente às demandas que surgiram, porém, nesse mesmo período, percebemos que a entrada de produtos importados foi muito facilitada, em um movimento que favoreceu a competição estrangeira em detrimento dos entes nacionais.”