A chegada da pandemia de Covid-19 provocou profundas mudanças na indústria dos dispositivos médicos-odontológicos no Brasil. Para a Engimplan – a Materialise Company, criada em 2019 à partir da fusão da Engimplan e da Materialise, o período representou a necessidade adaptar sua cadeia produtiva e de logística, bem como os seus modelos de negócios, inovando no desenvolvimento de soluções de implantes e instrumentais padrão e personalizados de alto valor agregado, lançando mão de tecnologias como a usinagem e a impressão 3D, com foco em cirurgias Crânio-Maxilo-Faciais (CMF).
A versatilidade da impressão 3D proporcionou uma rápida adaptação à nova realidade que o mundo passou a enfrentar, e com desenhos computacionais por meio de ferramentas de CAD (Computer-aided design) desenvolvidas pela Materialise, e peças confeccionados por manufatura aditiva, projetos como maçanetas inteligentes, que evitam a contaminação a partir do contato manual com as portas, puderam ser desenvolvidos em tempo recorde; outro exemplo de inovação disruptiva impressa em 3D foram as máscaras de pressão expiratória final positiva (NIP), que ajudaram no tratamento dos casos de baixa saturação de oxigênio e casos de enfermidades pulmonares, desafogando as filas de espera por um leito de UTI nos hospitais. O CEO da empresa, Dr. Bruno Barreto, avaliou que o potencial percebido durante a pandemia comprovou que a impressão 3D foi a chave para a inovação rápida e segura.
Outro departamento que se transformou durante a pandemia foi o de cadeia de suprimentos, que adotou uma nova metodologia de segmentação de produção e modelos matemáticos, flexibilizando a capacidade produtiva de forma inteligente, evitando perdas ou atrasos neste momento tão incerto de vendas e com previsões de vendas tão voláteis. O marketing mergulhou no ambiente digital, promovendo congressos, treinamentos e webinários para educar cirurgiões, distribuidores e convênios médicos. Ações no setor de RH, TI, Comercial e Estratégia também tiveram que ser adaptadas à nova realidade. A adoção de home office para o staff administrativo e a flexibilização do horário de trabalho para os colaboradores da produção também foram cuidadosamente planejados visando a segurança e o bem-estar físico e psicológico de todos.
“Nossa maior dificuldade no período da pandemia foi a revisão do planejamento estratégico. Adequações de rotas tiveram que ser feitas, metas financeiras rediscutidas, e quebra de antigos paradigmas, nos reinventado de forma criativa e sustentável. Foi um exercício robusto de controle de custos, otimizando a produção, porém sem afetar a qualidade dos produtos”, afirma Dr. Bruno Barreto.
As perspectivas futuras do mercado
Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo da pandemia, a Engimplan acredita em um futuro muito mais próspero, contando como diálogo e apoio das associações de classe, como por exemplo, a ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, que tem feito isto com maestria. Para Bruno, é fundamental que líderes se unam e conversem, trocando experiências e colaborando mutuamente, para a superação desta crise com a maior brevidade possível.
“Entendemos que as associações de classe de importantes setores da economia podem agir para garantir o desenvolvimento da indústria brasileira, a partir do diálogo com o Governo Federal. A Engimplan trabalha para se firmar como um dos principais players no mercado global de dispositivos médicos, comprovando a qualidade dos produtos feitos no Brasil. Nossa perspectiva é de dobrar o faturamento e o parque fabril nos próximos 5 anos, atingindo a liderança deste mercado”